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Glyptodon

O mundo de Paper Dungeons: camponeses, mercadores e heróis

21.03.2022

5min de leitura

Sobre os heróis comuns

No período medieval da nossa Terra, a sociedade estava dividida em três ordens: oratores (aqueles que oram, os membros do clero), bellatores (aqueles que lutam, os aristocratas) e os laboratores (aqueles que trabalham, os camponeses e mercadores).

Nas últimas semanas nós falamos sobre os clérigos e aristocratas. Chegou a hora de entender as pessoas comuns do reino e como eles se conectam aos heróis aventureiros.

Prepare-se para conhecer uma história de trabalho, criatividade e vontade de ferro.

Da escravidão à servidão

Um milênio atrás, na Era do Império Volsco, escravidão era a mais importante forma de trabalho: nas minas, campos e oficinas você encontraria pessoas escravizadas fazendo as tarefas.

Inesperadamente, nos séculos finais do Império, a quantidade de escravizados diminuiu rapidamente. Os eruditos debatem até os dias de hoje as causas dessa mudança no acesso aos escravizados.

Clérigos afirmam que o elemento mais importante para essa mudança foi a ascensão da Igreja do Profeta e a proibição da escravidão decretada pelo alto sacerdote Vigilius II.  

Por outro lado, os professores da Universidade de Ventima defendem outra teoria: quando o império dominou toda Ditomea a paz se assentou, mas ao mesmo tempo levou ao fim da principal fonte de escravos, a guerra.

A mudança na quantidade de escravos criou uma série de problemas, especialmente nas fazendas que dependiam de grande número de trabalhadores. Em geral a solução passou por estabelecer acordos de servidão entre os proprietários e os trabalhadores.

Os senhores de terra ofereciam proteção em tempos de guerra e o uso da terra para os fazendeiros; já os trabalhadores pagavam esses privilégios entregando parte da produção a cada colheita. Na maioria dos casos, os donos de terra se tornaram autoridades locais com soldados, coletores de impostos e cortes de justiça instalados em seus castelos.

Um servo tem uma vida melhor que um escravo?

No geral podemos dizer que sim, mas nos últimos séculos o aumento nos impostos, taxas e obrigações feudais tem convencido muitos descendentes dos primeiros servos a abandonar o campo e buscar lugares com maior liberdade.

Cidades da liberdade

Nas cidades os antigos fazendeiros encontram um lugar perfeito para começar uma nova vida. Se você possui o talento para artes como tecelagem, tanoaria, marcenaria ou metalurgia, é possível se juntar a uma guilda de artesãos.

As guildas são poderosas agentes da política local: em Ventima, o Conselho da Cidade é formado por cem mestres artesãos que representam as guildas mais importantes e tradicionais.

Caso não tenha o talento para o artesanato, tudo bem. Você pode tentar abrir uma loja e vender bens dos mais diversos tipos. Assim como os artesãos, mercadores se organizam em associações para defender seus interesses. As Ligas de Comércio conectam cidades em todo o continente e possuem uma tendência mais militarista do que as guildas.

A Liga Ostiana é um exemplo desse poder: seus representantes controlam navios, soldados e rotas de comércio em cada cidade na área do Mar do Norte.

Heróis do povo

Se você tem a coragem, o talento e a falta de amor próprio necessários, a profissão mais rentável que existe é achar um grupo de aventureiros e explorar ruínas antigas com eles. Nobres, magos, membros da Igreja do Profeta e mercadores ricos pagam boas recompensas por antiguidades e relíquias do passado.

Você até consegue encontrar heróis dedicados a promover a verdade, a justiça e a civilização, mas a maioria desses “campeões do reino” recebem apoio ou são filhos da nobreza. Heróis com uma origem popular até podem defender a honra e a virtude, mas no geral precisam pagar as contas antes de salvar o mundo.

Explorar as ruínas de Volsco é uma boa opção para aventureiros, mas eles também podem usar seus talentos em áreas urbanas. Outras atividades incluem escoltar caravanas de comércio, proteger figurões, cobrar dívidas atrasadas e muitos outros trabalhos importantes para organizações ligadas ao submundo criminoso.

Nas grandes cidades da Leonia, a diferença entre heróis e vilões não é tão simples de se ver.