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Glyptodon

O mundo de Paper Dungeons: um pouco de magia (parte 1)

29.03.2022

5min de leitura

Colocando a fantasia no medieval

Finalmente chegamos ao último artigo sobre o continente de Ditomea, o lugar na qual se passam os eventos principais das aventuras de Paper Dungeon.

Nos três últimos artigos, tratamos da cultura, da política e da sociedade da região. Em geral esses três aspectos são suficientes para entendermos uma sociedade histórica, mas estamos falando de um mundo de fantasia.

Um lugar com magia.

É chegada a hora de tratarmos dos maravilhosos e assombrosos aspectos da magia!

Tipos de magia

No mundo de Paper Dungeons a magia não é uma coisa única. Quando falamos de magia é possível dividir os magos e suas tradições em uma infinitude de práticas, rituais e explicações sobre os poderes mágicos.

Para organizar essa confusão, Sharram Cetroargênteo, grão-mestre do Conselho da Magia e autor do tratado Codex Maior, divide a magia humana em três grandes categorias: caos, arcana e sombria. 

Magia do Caos

Magia do Caos está associada a indivíduos incomuns que nasceram com a habilidade natural de usar magia. Em geral, usuários de Magia do Caos são descendentes de dragões, lordes feéricos ou extraplanares, como os Senhores do Abismo. Esses usuários de magia são conhecidos popularmente como feiticeiros, e podem usar magia sem estudo ou preparação, possuindo poderes mais intensos, mas ao mesmo tempo menos flexíveis se comparados aos outros tipos de magia.

Nas regiões rurais da Leônia, como Terras Quebradas ou Ninho do Dragão, feiticeiros andam livremente entre as vilas e fazendas. Aqueles que são honrados podem se tornar heróis locais, ajudando camponeses e pequenos comerciantes nas regiões distantes dos olhos dos Leões Reais. Por outro lado, usuários da magia do caos com intenções abomináveis são uma ameaça para as pequenas comunidades e é comum que se associem à monstros e grupos criminosos.

Nas grandes cidades do reino, como Ventima e Banc, feiticeiros são perseguidos pelas autoridades. Seus poderes são considerados maldições e a maior parte deles precisa jurar obediência à Rainha para andar livremente pelas ruas. O juramento impõe um grande número de condições e transforma os usuários de magia em armas a serviço dos Leões Reais… os inimigos da Casa d’Leon sussurram boatos terríveis sobre o Batalhão Presa Negra, uma força especial formada pelos mais poderosos e perigosos feiticeiros do reino.

Magia Arcana

A Magia Arcana pode ser aprendida com prática e estudo. A teoria geral é compreensível para pessoas letradas com alguma educação básica, mas fazer truques de mágica é muito complicado e requer anos de preparação. Em uma analogia com nosso mundo, Magia Arcana é mais complicada que a Mecânica Quântica, e apenas um pequeno grupo de homens e mulheres podem atingir todas as possibilidades desse tipo de magia e assim receberem o título de magos.

Os Magos precisam estudar e praticar continuamente, por conta disso os mais sábios estudiosos do passado fundaram o Conselho da Magia, um pacto criado para regular, guiar e prover suporte aos magos de todo o mundo. O Conselho está presente nas grandes cidades da Leonia através das Academias, centros de estudos dedicados a ensinar magia aos estudantes talentosos com habilidades e recursos para pagar pelas lições.

Aprender magia é um pouco caro e os custos das magias e poções é proibitivo para pessoas comuns. Esse fator explica porque, na maioria esmagadora das vezes, os magos são filhos da nobreza ou descendentes de grandes comerciantes com o dinheiro necessário para pagar pelos estudos. Camponeses talentosos são aceitos nas aulas, mas eles recebem bolsas de estudo para pagar pelos seus estudos (bolsas essas que precisam ser pagas após o término do curso). Como consequência dessas dívidas, magos novatos de origem pobre são uma presença comum em grupos de aventureiros em expedições por todo o reino.

Magia das Sombras

Para muitos estudiosos, a Magia das Sombras é apenas uma variante da Magia Arcana que foi proibida nas Academias do Conselho. A origem da Magia das Sombras é obscura e cercada por mistério, mas a lenda mais conhecida fala de Xamit Ossogaia, uma jovem e talentosa estudante do Conselho que desobedeceu os mestres e descobriu os segredos da morte para ampliar seu poder. Xamit escapou da fúria de seus mentores e foi para As Ilhas de Estibra, se tornando a primeira necromante.

A Magia das Sombras afeta as emoções, o destino e a carne, e pode ser uma ferramenta poderosa nas mãos de um necromante treinado. Inspirar medo, maldições menores e erguer os mortos são magias comuns nos contos populares de camponeses e viajantes. Um fato curioso sobre a Magia das Sombras é que ela é muito mais acessível que a Magia Arcana: os componentes materiais são cinzas, ossos e ervas; os selos e cânticos baseiam-se nas emoções intensas; e os mestres das Artes Sombrias são encorajados a buscar aprendizes entre aqueles que precisam de orientação.

A Magia das Sombras é uma coisa ruim?

Para os magos e membros da Igreja do Profeta a resposta é sim. Os sacerdotes contam histórias sobre “magos da morte” malignos que desobedeceram as leis do Criador para satisfazer seus desejos profanos. Membros do Conselho ensinam seus estudantes sobre os perigos do caminho sombrio. No reino da Leônia, Magia das Sombras é banida e os necromantes são automaticamente considerados criminosos.

Claro que, usuários de Magia das Sombras possuem uma perspectiva diferente a respeito de suas artes. Na opinião deles a necromancia é uma ferramenta de autoconhecimento disponível para aqueles com a coragem de enfrentar o medo e abraçar a selvageria das emoções humanas. Para necromantes, magia é o lugar onde a grandeza de alguém é determinada pela força de vontade e não pelo dinheiro ou pela tradição.